Colheita de café e gestão pública são os maiores geradores de emprego

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São Paulo - O cultivo de café e a administração pública aparecem no topo da lista do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), como os maiores geradores de vagas de trabalho formais entre janeiro e agosto deste ano.

 

Segundo dados enviados pelo Ministério do Trabalho para o DCI, cinco das dez classes com os melhores saldos de emprego em 2017 estão ligadas direta ou indiretamente ao agronegócio.

 

Na primeira colocação, o cultivo de café teve 91.484 contratações e 71.603 demissões até agosto, o que gera um saldo positivo de 19.881 vagas no período. Os cultivos de laranja (17.555) e de cana-de-açúcar (17.026), a fabricação de álcool (13.971) e o serviço de preparação de terreno, plantio e colheita (11.534) também figuram entre os dez principais geradores de emprego neste ano.

 

Completam a parte superior da tabela a administração pública geral (18.632) e algumas funções que são prestadas pelos setores público e privado, como o trabalho no ensino fundamental dos colégios (17.780), a construção de rodovias e ferrovias (16.973), as atividades de atendimento hospitalar (15.508) e a educação infantil da pré-escola (11.802).

 

Na outra ponta da lista, predominam os cargos ligados ao comércio. Com o pior saldo de empregos neste ano, o varejo de artigos do vestuário e acessórios teve a perda de 41.839 vagas em oito meses. Entre os dados mais fracos de 2017, também estão a construção de edifícios (-25.432) e o comércio varejista de calçados (-17.011) e de mercadorias em geral, com predominância de alimentos (-15.685).

 

Divulgados no mês passado, os dados setoriais do Caged seguem a mesma linha. Entre janeiro e agosto, a agricultura (115.364) e a administração pública (18.924) tiveram resultados positivos, enquanto que o comércio registrou o pior saldo de emprego (-99.270).

 

Indústria em alta

 

Nos mesmos oito meses, a indústria de transformação também ficou no azul, com a criação de 54.757 postos de trabalho. Na lista de classes de emprego, por outro lado, o setor não aparece entre os melhores colocados.

 

Primeiro representante da indústria, a confecção de peças de vestuário, exceto roupas íntimas, figura na décima quinta posição da lista, com um superávit de 7.307 vagas.

 

Depois, aparecem a fabricação de calçados (5.916), na vigésima posição, e o processamento industrial de fumo (4.721), na vigésima sexta colocação do ranking de emprego.

 

Também teve bom desempenho até agosto o setor de serviços, com um saldo positivo de 105.822 vagas formais. Além dos cargos em educação e saúde citados entre os 10 melhores de 2017, tem destaque o serviço combinado de escritório e apoio administrativo, com a criação de 7.475 vagas.

 

Entre os setores que fecharam vagas neste ano também está a construção civil, que perdeu 30.330 postos entre janeiro e agosto. Além da construção de edifícios, teve desempenho ruim a incorporação de empreendimentos imobiliários (-5.853).

 

O saldo geral do Caged mostra que 163.417 vagas formais foram adicionadas ao mercado de trabalho brasileiro durante os oito meses deste ano.

 

Tendência positiva

 

No próximo ano, a criação de cargos formais deve ganhar força e ocorrer de forma mais disseminada, segundo especialistas consultados pelo DCI.

 

Depois de registrar colheitas recordes em 2017, a agricultura não deve contar com uma nova supersafra em 2018, o que deve afetar as contratações do setor, afirma Luiz Fernando Castelli, economista da GO Associados. "O saldo do ano que vem deve ser positivo, mas inferior ao de 2017."

 

Segundo o entrevistado, indústria, comércio e serviços devem ter resultados melhores em 2018. "Com a evolução da demanda interna, esses setores vão ampliar suas admissões e reduzir as demissões". A GO Associados projeta um saldo positivo de 800 mil vagas para o Caged do ano que vem.

 

Já a administração pública não deve ampliar as admissões em 2018, afirma Fernando de Holanda Barbosa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). "A situação fiscal não favorece essas contratações". Por outro lado, segue ele, a reforma trabalhista deve favorecer a geração de vagas formais no setor privado.

 

 

Fonte: DCI São Paulo


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