Dia dos Pais: Empresários esperam data mais rentável

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Influenciados pelo melhor desempenho do varejo nas datas comemorativas do primeiro semestre, os lojistas de Belo Horizonte também apostam em um Dia dos Pais mais rentável em 2017, na comparação com o do ano anterior. Pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) mostra que, entre os empresários impactados pela comemoração na Capital, a maior parte (47,9%) acredita que o volume de vendas será maior do que em 2016.

 

O percentual é o melhor dos últimos quatro anos em termos de expectativas de vendas do comércio belo-horizontino. Em 2014, o universo de empresários que vislumbravam um cenário positivo para a data era da ordem de 43,1%, contra 28,1% em 2015 e 37,8% no ano passado.

 

A confiança do setor contrasta com a posição de cautela adotada pelo consumidor frente a crise econômica nacional. O economista da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida, destaca que o paradoxo pode ser explicado pelo comportamento de alguns indicadores macroeconômicos, como inflação e taxa de juros, que, por outro lado, vêm se tornando cada vez mais convidativos ao consumo.

 

“O empresário está otimista principalmente por dois fatores: o desempenho favorável das datas comemorativas do primeiro semestre e os indicadores macroeconômicos. Se por um lado ainda há cautela e deterioração no mercado de trabalho, há melhorias nos condicionantes do consumo como inflação, que diminui a cada mês, e a taxa de juros, também em queda. A taxa ainda está alta, mas, comparado a anos anteriores, o crédito está barateado”, explica Almeida.

 

Para os lojistas de Belo Horizonte, os principais motivos que os levam a acreditar em vendas melhores no período são o valor afetivo da data (17,4%), o otimismo/esperança (12%) e a melhora na economia (9,8%). Em contrapartida, a crise econômica (53,2%), seguida da cautela do consumidor (12,8%) e da queda nas vendas (12,8%) estão entre as razões mais citadas pelos 24,5% dos comerciantes que apostam em vendas piores na comparação com 2016.

 

Mais da metade dos empresários (67,3%) estima que, em média, serão gastos até R$ 100 com o presente do Dia dos Pais, sendo que em 65,3% dos casos o pagamento será à vista, em dinheiro. Para impulsionar o crescimento das vendas, 60,8% dos entrevistados planejam realizar promoções e liquidações, 24,4% vão investir em propaganda e 5,3% na visibilidade da loja. A expectativa de 89,7% dos lojistas da Capital é de que o consumidor, como ocorre habitualmente, deixará as compras para a última hora.

 

Se por um lado o comerciante está mais confiante, por outro, os consumidores estão menos dispostos a presentear no próximo Dia dos Pais. Neste ano, conforme revelado por outra pesquisa de intenção de consumo da Fecomércio-MG, apenas 36,8% dos belo-horizontinos disseram que vão às compras na data, número 8,1 pontos percentuais (p.p.) menor do que o apurado em 2016. Apesar da redução, Almeida pondera que não há motivo para desespero do varejo.

 

Surpresa - “O lojista pode tanto se decepcionar com as vendas como se surpreender, porque na pesquisa com os consumidores observamos que a maioria pretende ir às compras às vésperas da data, e esse hábito de deixar tudo para a última hora abre margem para compras de impulso. Então, o empresário, dependendo da ação promocional, pode captar o consumidor com posição mais cautelosa e fazê-lo consumir mais do que o planejado, o que pode alavancar as vendas”, destaca o economista da Fecomércio-MG.

 

Conforme o levantamento feito pela entidade, 73,5% dos consumidores do município dispostos a gastar na data deixarão a compra do presente para a semana do Dia dos Pais. Segundo 66,4%, o valor empregado, no entanto, será menor. Para 74,4%, o custo dos presentes não ultrapassará R$ 100. Roupas (47,6%), calçados (16,3%) e artigos de perfumaria (8,8%) estão entre os produtos preferidos pelos belo-horizontinos para prestigiar os homenageados.

 

“O consumidor quer gastar menos com o Dia dos Pais do que em 2016, principalmente por causa do desemprego - que freia a perspectiva de consumo pelas famílias e torna a população mais cautelosa - e também do endividamento, porque os compromissos financeiros já adquiridos influenciam o hábito de compra”, analisa Almeida.

 

As promoções (80,3%), o preço reduzido (28,6%) e o atendimento diferenciado (17%) serão, aliás, segundo os consumidores, fundamentais na hora de efetivar a compra.

 

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas 


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