Utam investe R$ 2 mi em café gourmet no País

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A companhia não acessa o mercado internacional e vê um ambiente doméstico favorável para o produto de alto valor agregado. Apesar disso, o custo da matéria-prima é o gargalo do negócio

 

 

 

São Paulo - Diante de um consumidor brasileiro cada vez mais exigente, o Grupo Utam decidiu investir R$ 2 milhões para expandir a linha de produção de café gourmet e aumentar a participação do segmento nos negócios da empresa 2017. "Nosso objetivo é desenvolver a participação nos cafés especiais. No ano passado, o market share destes produtos era 10% e agora nosso planejamento é chegar a 20% ainda em 2017. Vamos atender toda a região Sul e o Sudeste", disse ao DCI a diretora-executiva da Utam, Ana Carolina Soares de Carvalho.

 

 

A companhia não tem planos de acesso direto ao mercado internacional e está otimista com a modificação nos hábitos do consumidor doméstico. "Esse segmento é muito promissor, afinal, tem apresentado crescimento expressivo mundialmente e se mostrado cada vez mais valorizado pelos brasileiros", acrescentou a executiva. Para tanto, a empresa está lançando quatro blends, todos de lavouras cafeeiras nacionais com grãos das regiões do sul de Minas e Alta Mogiana, na divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo.

 

O montante de recursos anunciado neste mês foi destinado para uma planta localizada na cidade de Piumhi, região oeste de Minas Gerais, cuja capacidade produtiva aumentará 48% para 420 toneladas por mês de processamento, elevando a capacidade total do grupo cafeeiro para mil toneladas mensais. A decisão de investir na unidade mineira considerou a localização estratégica para aquisição de oferta com alta qualidade e proximidade entre os municípios de Belo Horizonte (MG), Ribeirão Preto (SP) e São Paulo (SP).

 

Ultrapassada a etapa de incrementos operacionais, Ana conta que a partir do segundo trimestre deste ano serão aportados recursos na força de vendas da empresa. A Utam faturou 25% mais no ano passado em relação a 2015, somando aproximadamente R$ 67,5 milhões. Segundo a executiva, a expectativa é avançar outros 15% em 2017.

 

"Temos um problema sério com o custo de aquisição do [café] arábica. Ano passado essa despesa subiu e foi complicado para a nossa torrefação", pondera Ana. Para a temporada atual, a diretora espera que esta relação fique mais confortável para a indústria. No entanto, sucessivas quebras de safra e reduções nos estoques têm sustentado os indicadores elevados.

 

 

"Um déficit de dois a três milhões de sacas, em um contexto de escassez de estoques e crescimento da demanda global, poderá fortalecer as cotações já no período de colheita, tornando-as muito elevadas na entressafra brasileira", afirma o pesquisador e diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA), Celso Rodrigues Vegro.

 

Mercado

O cenário mercadológico se mostra mais favorável para o produtor rural. "Expectativas de alta para as cotações futuras do dólar são benéficas para a rentabilidade dos cafeicultores, pois grande parte dos insumos foi comprada com dólar mais baixo e a comercialização se dará com a valorização daquela moeda, incrementando os reais que receberá pelo produto", comenta o especialista.

 

 

Ontem, mais 8,06 mil toneladas de café arábica em grãos dos estoques públicos foram comercializadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em três operações, descritas nos Avisos de Nº 54, 55 e 56, foram ofertadas 8,28 mil toneladas. Em janeiro deste ano, o Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep) autorizou a venda de até 43,2 mil toneladas de arábica dos estoques públicos, com o objetivo de conter a elevação dos preços no mercado interno. Com os leilões de ontem, a quantidade total vendida este ano chegou a 40,36 mil toneladas.

 

 

Fonte: DCI

 


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