Bioinseticida promete controle da lagarta do cartucho

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Feito à base de vírus, o produto está sendo produzido pelo Grupo Vitae, com sede em Uberaba

 

 

 


O primeiro bioinseticida à base do vírus Baculovirus spodoptera, o CartuchoVIT, começou a ser produzido pela Vital Rural Biotech, empresa do Grupo Vitae, com sede em Uberaba, na região do Triângulo. O produto, que chegará ao mercado em outubro, é eficaz no controle da lagarta do cartucho, principal praga que acomete a produção do milho. As expectativas de mercado são positivas. Além de fazer o controle da praga sem contaminar o meio ambiente, o número de aplicações para controle efetivo é menor que os químicos tradicionalmente utilizados no campo. O desenvolvimento do projeto e a construção da indústria demandaram investimentos próximos a R$ 3 milhões.

 

 

O empresário de inovação, farmacêutico industrial e sócio-proprietário do Grupo Vitae, Paulo Bittar, explica que em nível mundial o CartuchoVIT é o primeiro bioinseticida à base de vírus capaz de controlar a lagarta do cartucho. "No mercado existem outros produtos de controles biológicos, mas este é o primeiro à base de vírus. Hoje, o controle da lagarta é feito com o uso de substâncias químicas e sementes transgênicas, mas estas duas estratégias criam lagartas resistentes. Não existe registro de que o Baculavirus seleciona lagartas resistentes", explicou Bittar.

 

 

A indicação é que o processo de aplicação seja acompanhado por técnicos, no primeiro momento. Por conter um ser vivo, o produto exige alguns cuidados, como a calda (líquido) na qual será dissolvido o produto que não pode ser alcalina e deve apresentar pH 7 ou menor. Para melhor resultado, o bioinseticida deve ser aplicado após as 16 horas, período em que a incidência de raio ultravioleta é menor. "O produto é sustentável por não contaminar o ambiente, os mananciais e nem as pessoas que manipulam. Por ser à base de vírus, o CartuchoVIT não deixa resíduos químicos e mata somente a lagarta, preservando os inimigos naturais da praga".

 

 

A pesquisa foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Unidade Milho e Sorgo (Embrapa Milho e Sorgo) sendo o responsável pelo projeto o pesquisador Fernando Valicente. Nos estudos, Valicente descobriu o isolado do vírus que é capaz de propiciar a produção industrial. Todo o processo de pesquisa foi iniciado em 2011 e demandou investimentos próximos a R$ 3 milhões. Do total, R$ 2 milhões foram garantidos por meio de fomento (Finep, CNPq, Senai) e o restante com recursos próprios.

 

 

 

A produção, iniciada em 7 de março, chegará ao mercado em outubro. Conforme a demanda, a produção será ampliada. A expectativa é atingir o volume anual de 500 mil doses em três anos. "Nosso produto tem maior valor agregado que os químicos presentes no mercado. Porém, o número de aplicações necessárias para o controle é bem menor, o que gera maior economia ao produtor".

 

 

 

A tendência é que os principais clientes sejam produtores de milho, desde os de pequeno porte, e que investem na produção de orgânicos, até os grandes produtores que utilizam sementes transgênicas. Além do milho, o produto poderá ser utilizado em centenas de outras culturas que também sofrem com a lagarta do cartucho, como a soja, o feijão, cana-de-açúcar, tomate e algodão, ente outras. "Nossa proposta é levar tecnologias inovadoras para a agricultura", disse Bittar.

 

 

 

 

 

Fonte: Diário Comércio de Minas


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