Reino Unido gasta US$ 1 bi para corrigir pedidos

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Entre 2010 e 2014, as fabricantes Nestlé, Unilever, P&G e Mars e as varejistas Asda, Tesco, Sainsbury ' s e Morrisons vão somar mais de US$ 1 bilhão em gastos de "retrabalho" por informações divergentes sobre as mercadorias que produzem e comercializam.

 

Estima-se também que haja, nesse período de quatro anos, uma perda de mais de US$ 430 milhões em vendas, por falta de produto na gôndola, a chamada "ruptura". Isso só no Reino Unido, onde a GS1 (entidade global que busca padronizar processos entre indústria e varejo, e é responsável pela concessão do código de barras) fez uma pesquisa no ano passado.

 

"Trata-se de um problema mundial do varejo, não está restrito ao Reino Unido", diz Flávia Costa, da GS1 Brasil. No país europeu foi iniciado um projeto de sincronização de informações entre varejo e indústria, para se evitar os gastos de retrabalho e ganhar agilidade, evitando assim a falta do produto na gôndola.

 

Nos países onde essa iniciativa já foi adotada, como nos Estados Unidos, constatou-se uma diminuição de até 1% no custo do frete, de até 2 mil horas de trabalho ao ano no centro de distribuição, e de outras 1 mil horas de trabalho ao ano em acertos fiscais e financeiros. Tudo isso faz muita diferença principalmente para a cadeia varejista de bens de consumo, que opera com uma margem de lucro média de 2,2%.

 

As perdas com processos internos, por sua vez, são responsáveis por boa parte da sua perda total, que chega a 1,8% da receita bruta, segundo a Abras. "Toda a diferença que se tira da perda vai direto para o lucro líquido", diz Sussumo Honda, presidente do Abras. (DM)

 

Código de barras
 


O código de barras pode funcionar como um "RG" dos produtos em todo o mundo, mas as informações a respeito dessa "identidade" são limitadas.

 

Os três primeiros números correspondem ao país onde foi concedido o registro do produto (no caso do Brasil, o código é 789). Os quatro dígitos seguintes identificam qual é a indústria.

 

A GS1, entidade responsável globalmente pela concessão do código de barras às empresas associadas, tem o cadastro desses sete primeiros dígitos no seu banco de dados.

 

O restante do código, que pode chegar a 13 números no total, é preenchido pela própria indústria, para identificar não só a unidade do produto, como também a caixa onde ele é transportado.

 

Sendo assim, a caixa, com várias unidades, recebe um código de barras e, o produto, outro. O problema entre varejo e indústria começa na hora de descrever, no seu respectivo sistema, o que esse código significa. Cada um o faz segundo os seus critérios - daí o gasto com "retrabalho", a mesma tarefa feita duas vezes, para conferir as informações. (DM)
 
 


Veículo: Valor Econômico


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